quinta-feira, 27 de março de 2014

Calor aumenta despesas dos criadores de codorna no Alto Tietê

Os criadores de codorna do Alto Tietê estão vendo suas despesas aumentarem por causa do calor excessivo deste verão. Outro fator que encarece a produção é o aumento da ração. Marcos Macoto Oide, veterinário de uma granja de Suzano, diz que a produtividade das aves caiu muito e os gastos para manter a produção estão altos. “Com esse período de calor na zonas produtoras de grãos nas regiões Centro Oeste e Sul houve uma aumento no preço do milho. A saca de 60 quilos era comercializada a R$ 32 e hoje já se paga R$ 37 por ela. Também tem o farelo de soja que em janeiro custava R$ 1.150 a tonelada e hoje é R$ 1.250 a tonelada.” 90% da ração das cordornas são à base desses dois alimentos.
O calor afeta também a qualidade do ovo. As cascas não são formadas e não se calcificam. Os tamanhos também ficam menores. Isso tudo faz diminuir a saída do produto. De acordo com os criadores, a temperatura ideal para as aves é entre 18 e 22 graus. Mais que isso, elas ficam estressadas, comem menos ração e bebem mais água. O resultado é a queda na produtividade.
Para tentar diminuir o calor dentro da granja foram instalados ventiladores. Em seguida também foi implantado um sistema de climatização. Mesmo assim, o veterinário diz que isso foi insuficiente. A granja investiu em uma manta de alúminio que foi colocada no teto. A expectativa é que ela reduza a temperatura em até 4 graus.
Marcos Macoto avalia que mesmo assim não foi possível segurar o preço. “Reajustamos os preços dos ovos. A caixa de 50 dúzias custa em torno de R$ 50 e o ovo a granel em torno de R$ 0,80 a dúzia. Isso significa em torno de 10% de aumento”, avalia Macoto.
Para diminuir as despesas na granja onde cria 200 mil aves, o criador Roberto Engbruch compra os ingredientes da ração separadamente. Ele mistura soja e milho e com isso consegue baratear, em média, 35% o custo da alimentação. Mesmo assim, a economia acaba consumida pelo sistema de refrigeração para as codornas.
Além de climatizadores, ele instalou exaustores para puxar o ar quente da granja. Os investimentos para driblar o calor não param. “O gasto aumenta porque tem que colocar mais ventiladores. Os nosso climatizadores sempre trabalharam para às 18h30 desligarem automaticamente. Hoje eles funcionam 24 horas por dia e tivemos 60% de aumento de consumo de energia por causa dos climatizadores ligados o dia todo”, explica Engbruch.
Mesmo com todos esses esforços, o criador destaca que a mortalidade das aves ainda é grande. “A mortalidade aumentou em 10% acima do que é previsto normalmente. A postura baixou 12%. Quando tentamos repor essas codornas, os filhotes que compramos chegam debilitados e magros.”
FONTE: http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2014/03/calor-aumenta-despesas-dos-criadores-de-codorna-no-alto-tiete.html

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