Os criadores de codorna do Alto Tietê estão vendo suas despesas aumentarem por causa do calor excessivo deste verão. Outro fator que encarece a produção é o aumento da ração. Marcos Macoto Oide, veterinário de uma granja de Suzano, diz que a produtividade das aves caiu muito e os gastos para manter a produção estão altos. “Com esse período de calor na zonas produtoras de grãos nas regiões Centro Oeste e Sul houve uma aumento no preço do milho. A saca de 60 quilos era comercializada a R$ 32 e hoje já se paga R$ 37 por ela. Também tem o farelo de soja que em janeiro custava R$ 1.150 a tonelada e hoje é R$ 1.250 a tonelada.” 90% da ração das cordornas são à base desses dois alimentos.
O calor afeta também a qualidade do ovo. As cascas não são formadas e não se calcificam. Os tamanhos também ficam menores. Isso tudo faz diminuir a saída do produto. De acordo com os criadores, a temperatura ideal para as aves é entre 18 e 22 graus. Mais que isso, elas ficam estressadas, comem menos ração e bebem mais água. O resultado é a queda na produtividade.
Para tentar diminuir o calor dentro da granja foram instalados ventiladores. Em seguida também foi implantado um sistema de climatização. Mesmo assim, o veterinário diz que isso foi insuficiente. A granja investiu em uma manta de alúminio que foi colocada no teto. A expectativa é que ela reduza a temperatura em até 4 graus.
Marcos Macoto avalia que mesmo assim não foi possível segurar o preço. “Reajustamos os preços dos ovos. A caixa de 50 dúzias custa em torno de R$ 50 e o ovo a granel em torno de R$ 0,80 a dúzia. Isso significa em torno de 10% de aumento”, avalia Macoto.
Para diminuir as despesas na granja onde cria 200 mil aves, o criador Roberto Engbruch compra os ingredientes da ração separadamente. Ele mistura soja e milho e com isso consegue baratear, em média, 35% o custo da alimentação. Mesmo assim, a economia acaba consumida pelo sistema de refrigeração para as codornas.
Além de climatizadores, ele instalou exaustores para puxar o ar quente da granja. Os investimentos para driblar o calor não param. “O gasto aumenta porque tem que colocar mais ventiladores. Os nosso climatizadores sempre trabalharam para às 18h30 desligarem automaticamente. Hoje eles funcionam 24 horas por dia e tivemos 60% de aumento de consumo de energia por causa dos climatizadores ligados o dia todo”, explica Engbruch.
Mesmo com todos esses esforços, o criador destaca que a mortalidade das aves ainda é grande. “A mortalidade aumentou em 10% acima do que é previsto normalmente. A postura baixou 12%. Quando tentamos repor essas codornas, os filhotes que compramos chegam debilitados e magros.”
FONTE: http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2014/03/calor-aumenta-despesas-dos-criadores-de-codorna-no-alto-tiete.html
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